Métis, a deusa da prudência
Mitologia Grega

Métis, a deusa da prudência




Metis era a deusa da prudência, das habilidades e dos ofícios e pertenceu à geração dos Titãs. Como deusa primordial, era filha de Oceannus e Tétis. Ela tinha o poder de se autotransformar e seu nome significava a qualidade da sabedoria combinada com a astúcia. Esta qualidade altamente admirável, foi considerada como uma das características notáveis do caráter ateniense.

Ela foi a primeira esposa de Zeus, que temia ser destronado devido a uma profecia que dizia que um de seus filhos se tornaria o deus dos deuses. Propondo uma brincadeira, Zeus sugeriu a Métis transformar-se em uma mosca. Sem perceber as intenções de Zeus, ela voou e pousou em suas mãos. Imediatamente, ele a aprisionou e a engoliu.

Zeus não sabia que Métis estava grávida e depois de algum tempo sua cabeça passou a crescer a cada dia. Não suportando as dores, Zeus pediu a seu filho Hefesto que o libertasse. Hefesto usou um machado para abrir a cabeça de Zeus, de onde saltou Athena, adulta e armada com sua lança, a deusa estrategista da guerra e da sabedoria.

A inclinação guerreira de Atena foi reconhecida a partir de seu nascimento e ela era diferente de seu irmão Ares, o deus da guerra. Athena cultivava seus altos princípios e ponderação sobre a necessidade de lutar para preservar e manter a verdade. Ela era estrategista e equilibrava a força bruta de Ares com sua lógica, diplomacia e sagacidade. Filha da prudência, oferecia armas aos herois mas recomendava que deveriam ser usadas com inteligência, maestria e planejamento.

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Classicamente, prudência é considerada uma virtude e, de fato, é uma das quatro virtudes cardinais: prudência, justiça, fortaleza e temperança. A prudência é a principal virtude visto que se utiliza da razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para atingir objetivos. Ela nos conduz às outras virtudes, indicando-nos as regras e as medidas certas, por isso, é considerada a mãe de todas as virtudes.

A justiça está relacionada ao propósito firme e constante de dar aos outros o que lhe é de direito ou que lhe é devido. A fortaleza ou força, assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem. A temperança ou moderação assegura o domínio da vontade sobre os instintos, modera a atração pelos prazeres e proporciona o equilíbrio, sendo portanto uma prudência aplicada.

Prudência vem do latim prudentia, que significa previsão e sagacidade, frequentemente associada à ação com sabedoria, introspecção e conhecimento. Neste caso, é a virtude de julgar entre ações maliciosas e virtuosas, não só num sentido geral mas com referência a ações apropriadas em um dado tempo e lugar. É a prudência que nos recomenda não executar qualquer ação antes de refletir, por isso regula as outras virtudes.

A prudência é gerada e desenvolvida pela experiência e pelo tempo que resulta da memória dos casos repetidos. Consideraria, assim, que os velhos estariam mais preparados do que os jovens para agir prudentemente, embora a prudência não lhes seja exclusiva. Todo o processo da razão procede do intelecto e a prudência é, justamente, a aplicação da razão reta aos atos, que deriva do que se aprende através da realidade de si e dos outros.

Ser prudente é estar atento à realidade e agir de acordo com o que é real. É estar aberto a aprender e apreender de suas próprias experiências. É ter a capacidade de prever os resultados de seus atos. Prudência corresponde à retidão no modo de viver, na obediência das regras e leis estabelecidas para a vida em sociedade, virtude essencial na arte de governar e liderar.

Prudente é quem não gasta mais do que lhe sugere a prudência; é evitar ser movido pelo impulso e pela precipitação. É quem se afasta da desmedida aspiração evitando a avareza e, embora a prudência deva ser aplicada a qualquer julgamento, o que distingue uma pessoa prudente é o discernimento para não causar danos e ofensas.

Distinguir atos corajosos dos atos descuidados, negligentes ou covardes, é um ato de prudência. Convencionalmente, prudência é o exercício do julgamento sadio em negócios práticos. Modernamente, prudência tornou-se sinônimo de cautela. Neste sentido, a prudência nomeia uma relutância de tomar riscos, que permanece como uma virtude ao evitar riscos desnecessários. Cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém, mas quando a cautela se torna excessiva, pode tornar-se um vício de covardia.




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